A ocupação dos espíritos

“- Os Espíritos cuidam de outra coisa, além do seu melhoramento pessoal?

                ____Concorrem para a harmonia do Universo, executando a vontade de Deus, do qual são os ministros. A vida espírita é uma ocupação contínua, mas nada tem de penosa como a da Terra, pois não está sujeita à fadiga corpórea nem às angústias da necessidade”. ( Questão 558, de “O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec).

                Uma vez estando fora do corpo físico, pela desencarnação, somos Espíritos, vivendo em outra dimensão, quanto a isso não paira mais qualquer dúvida.

                E, obviamente, se continuamos a viver, a nossa vida segue seu curso em algum lugar. Assim, pelas precisas informações e ensinamentos que nos chegaram através de “O Livro dos Espíritos”, publicado por Allan Kardec, 1857,  a Terra é apenas uma cópia, ainda piorada, de como é a vida no mundo espiritual.

                Os Espíritos, ou seja, nós mesmo despedidos do veículo de carne, seguem seus planos de vida, alimentando seus sonhos de paz, de felicidade e de encontrar um oásis de tranqüilidade, após, evidentemente, ter trabalhado o bastante para isso, pois que o labor não é atribuição exclusiva dos encarnados, mas dinamismo em todos os quadrantes do Universo.

                Ainda, não podemos olvidar que felicidade e paz são conquistas que devemos fazer mediante nossos esforços íntimos, no sentido de vivenciarmos, na prática, as inquestionáveis lições do Cristo, e não benesses que nos chegam dos “céus”, graciosamente.

                Todos os Espíritos exercem valoroso papel dentro da economia do Universo, no cumprimento dos seus deveres, pois se no mundo físico uma construção requer as técnicas da engenharia, na elaboração de projeto seguro, não pode dispensar os serviços imprescindíveis do servente de pedreiro na preparação do material de trabalho, assim na pátria espiritual, aqueles que sabem mais se responsabilizam pelas tarefas mais importantes e de maior vulto, enquanto que os que sabem menos executam as atividades de menor expressão, mas todos se movimentam, exercitando algum serviço.

                Em verdade, o que definitivamente não existe no mundo espiritual é o tão propalado descanso eterno, isso seria, a primeira vista, um hino ao ócio, à preguiça e a estagnação do progresso, onde o ser desencarnado viveria uma angustiante tortura; a de permanecer de braços cruzados anos a fio. A lógica e o bom senso não podem coadunar com tamanho disparate.

                Assim, comete gritante equívoco e mergulha em lego engano, aquele que espera a desencarnação como uma carta de alforria do trabalho. Melhor será pensar para entender que o descanso eterno, se levado a sério, em realidade transformar-se-á em suplício eterno.

                Dessa forma, melhor será para todos nós que trabalhemos, aqui na Terra, enquanto nossas forças permitirem. Obviamente, não estamos impedidos de usufruirmos a nossa aposentadoria, no trabalho profissional, mas isso não significa que devemos parar de trabalhar. Podemos servir, no contexto social, até por gratidão, por tudo aquilo que a sociedade nos oferece.

                Existem crianças com fome, mães desesperadas pelos filhos doentes, pais desempregados, amigos mergulhados no vício, vizinhos dados a violência, cônjuges vivendo em conflito, filhos vivendo sem a presença dos pais, lares desequilibrados, pais que viram seus filhos voltarem para o mundo espiritual e muito mais.

                Em verdade, quem se habituar a servir até ao último momento aqui no mundo físico, não terá dificuldades em prosseguir seu labor no mundo dos Espíritos, já não podemos afirmar a mesma coisa àqueles que cruzarem os braços em nome do descanso que acreditam merecer.

                Reflitamos. O trabalho está em todo lugar, estando encarnados ou desencarnados  e é, indiscutivelmente,  a nossa alavanca de progresso.

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