O Brinco de Ouro da Preciosa Sabinosa Peladinha.

Deixem explicar esse título antes. Estas são marcas do Sr Sabino. Chegamos em suas terras no fim de tarde deste segundo dia de Salinas. Já ouvira falar de Sr Sabino e lá conheci este figuraça!

O elemento cultural Cachaça em Salinas é muito forte. Observei cachaças em vitrines de lojas de móveis e eletrodomésticos. Quem não produz cachaça têm um parente que produz, ou vende, representa, alambica…enfim, a cidade tem muita relação com a produção de cachaça e sua economia gira em torno disso.

Quando temos a oportunidade de conhecer uma pessoa como o Sr Sabino nos deparamos com uma testemunha e ao mesmo tempo um ator das transformações pelas quais a cachaça têm passado.

Conversamos sobre tudo: legislação, multas, distribuição e frete, rótulos, empréstimos de fermento…

Seu alambique fica mais perto do tal Valley Hill hotel, bem no trevo de entrada da cidade. Passando a porteira um curral e muita cana. Ressalto que estes alambiques foram facilmente visitados porque estávamos com o Sérgio da Cachaça Obra de Arte como guia porque do contrário, demoraríamos  um pouco mais de tempo para achar exatamente a localidade dos engenhos (nem todos têm placas indicativas).

Da branca prata (pura ou inox) a qual me parece que Sr Sabino não valoriza tanto  (serviu-me porque insisti que queria provar a branca) à mais amadeirada, Sr Sabino nos apresenta todo seu portfólio encerrando com um Carvalho que está “curando” para ser uma reserva especial. Provamos da Sabinosa, Preciosa, Brinco de Prata, Brinco de Ouro, Peladinha.

Suas cachaças possuem uma apresentação simples mas chamam atenção a variedade de madeiras com que trabalha.  

Ando um pouco pelas suas instalações. Ainda não estava alambicando. Observo que possui uma produção volumosa com muita cachaça armazenada que dali despacha para o Brasil inteiro. Sr Sabino foi muito acolhedor e disse um “volte aí” como se Salinas ficasse “pertim, pertim”.

Devidamente abastecidos, rumamos para o descanso mas confesso que trago uma cena na memória: o fim de tarde em seu Sabino. A terra seca, o cheiro e o mugido do gado e um poente avermelhado apresentam um sertão que até quer lembrar o nordestino mas é diferente: o do norte de Minas. Filho de nordestinos como sou talvez precisasse considerar mais esse portal do nordeste que é o norte de Minas. Seco, amadeirado como o Bálsamo, intenso como o Pequi, forte como a cachaça.

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