Um presente a Jesus

No movimento espírita não existe propriamente um calendário destinado a comemorações alusivas a datas específicas, pois tendo o Espiritismo penetrado em todos os segmentos da sociedade, é uma doutrina que traz em seu bojo, o firme desejo de servir a humanidade no seu todo.

                Em que pese o propósito do homem em promover a conscientização dos povos, chamando a atenção para certos ângulos da vida, fazendo isso através de datas simbólicas, como o dia da paz, dia dos pais, das mães, dos namorados e outros, é de se entender que todos os dias é tempo de pensar em tudo e de fazer sempre o melhor, para que as criaturas encontrem a fraternidade e a harmonização dos objetivos. Ainda comumente, tais datas perderam e continuam perdendo suas finalidades, quando são abafadas pelo barulho interesseiro e oportunista das caixas registradoras de moedas, onde prevalece o lucro  em detrimento ao idealismo e ao sentimento.

                Com referência ao Natal, as coisas não acontecem de forma diferente, além de não existir unanimidade entre os homens, no tocante ao dia exato do nascimento de Jesus. Apenas hipótese, e se comemora, então, essa hipótese.

                Mas como o mundo cristão decidiu festejar o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, sendo esse um momento para reflexão, embora todos os momentos são ótimos para se refletir, será interessante observar como fazer isso.

                Sempre que somos convidados para uma festa de aniversário, procuramos descobrir os gostos e os desejos do aniversariante, com o fito de presentear-lhe com algo que seja de seu inteiro agrado.

                Quanto ao aniversário do Cristo, não podemos agir de forma diferente, e todos sabemos claramente qual presente  Jesus deseja ganhar.

                Não fez o Mestre outra coisa na Terra senão informar à humanidade um novo caminho, novo roteiro que até hoje ainda não foi devidamente entendido.

                Disse o meigo Nazareno que devemos “amar uns aos outros”, e sem dúvida ficaria Ele feliz se O presenteássemos com esse decidido propósito; o amor incondicional.

                Afirmou também que devemos “perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes”, e seria esse outro presente que poderíamos ofertar-Lhe; o perdão das ofensas, a indulgência  para com as faltas alheias e a benevolência para com todos.

                Informou Jesus que era interessante estender nosso “amor mesmo aos inimigos” e fica então outra opção de lembrança; a amizade sincera, a compreensão e o perdão em quaisquer circunstâncias.

                Destacou a necessidade dos “fortes amparar os fracos, dos ricos auxiliar os pobres, dos poderosos socorrer os oprimidos e dos sábios protegerem os ignorantes”, e ressalta então diante de nossos olhos outra modalidade de brinde para Lhe enviar; a solidariedade e o respeito àqueles com quem nos relacionamos.

                Comentou que “fora da caridade não há salvação”, e sem dúvida a nossa adesão ao sincero desejo de servir, se revestiria numa ótima homenagem ao nosso querido aniversariante; a caridade desinteressada.

                Ressaltou que “a fé transporta montanhas”, destacando a fé raciocinada, lógica, que faz o homem ser convicto, forte e nada temer, entendendo estar sempre amparado pelo bafejo da divindade. Possuir  fé inabalável, sem dúvida seria uma outra maneira de festejar o aniversário do Cristo.

                Enfim, são inúmeras as formas de presentear Jesus, basta observar, mesmo que palidamente, Seus gostos, desejos e anseios, pois podemos vasculhar detalhadamente as anotações dos evangelistas Mateus, Lucas, Marcos e João, e mesmo as Epístolas de Paulo e  não  encontraremos qualquer referência a um Cristo cheio de gula, que deambulasse encharcado no alcoolismo ou que fosse amante da libertinagem e da vida inconseqüente.

                Ainda, quase nada vai adiantar destacar a grandeza e a excelssitude do Divino Mestre ou evocá-lo em sentidas e comoventes preces, se a nossa vida estiver vazia de atitudes e comportamentos que demonstrem  que entendemos Suas imprescindíveis e valiosas lições.

                Pensemos nisso, antes de decidirmos qual presente daremos ao Mestre no seu natalício.

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