Morrer não é o fim

“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite, tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o sol!…”( Francisco C. Xavier, no Livro “O Evangelho de Chico Xavier”, de Carlos A. Baccelli).

Em realidade, somos Espíritos imortais. Tal assertiva, hoje, ninguém mais contesta. A idéia do nada após a morte não  convence a humanidade.

E, se morrer não é o fim da nossa vida, sendo tão somente o término de uma etapa de trabalho, onde o corpo finda, será lógico que continuaremos em busca da concretização dos nossos sonhos de paz e felicidade.

A Terra, no dizer de Jesus é apenas uma das “moradas da casa do Pai”, portanto, deixando este mundo seguiremos para outras “moradas”, onde a vida avança na sua rota inexorável.

Amigos espirituais afirmam que podemos escapar da morte inúmeras vezes, mas da vida nunca escaparemos e essa é a grande decepção de quem tentou por fim a si próprio, pelas enganosas vias do suicídio, pois que constatou, arrependido, o grande equívoco cometido. Além de não resolver o problema ou os problemas que deram origem à idéia macabra, ainda surgiram outros, mais graves e dolorosos a exigirem grandes cotas de dor e sacrifícios.

Viver, em suma, essa é a fatalidade.

Portanto, cientes dessa insofismável verdade, será interessante e oportuno que reflitamos, maduramente,  sobre o nosso modo de vida, pois que não mais podemos agir e reagir diante dos fatos e acontecimentos, atitudes e comportamentos, como se fôssemos viver apenas alguns anos, para depois mergulharmos no desconhecido.

Fora do corpo físico, adentramos a vida espiritual, para avançarmos na evolução que nos dará, um dia, a condição de Espíritos perfeitos, mas até que não atinjamos tal patamar, preciso será prosseguirmos em intenso labor,  procurando substituir o homem velho que mora em nós , pelo homem novo que haverá de nascer, emergindo com mais bondade, amor, fraternidade e compreensão dos reais valores da vida.

Assim, não importa se contamos com  alguns anos de vida, na presente existência  ou se já acumulamos algumas décadas; importa que não deixemos de trabalhar. E, como toda ocupação útil é um trabalho, exercitemos todo o  potencial que temos, na produção de algo que possa enriquecer o nosso “curriculum”,  de ações edificantes aqui na terra.

Familiares problemas requisitam apoio e compreensão, crianças abandonadas esperam por iniciativas que visem socorrê-las, chefes de famílias desempregados aguardam por oportunidade de trabalho, mães cuja prole pede alimentos, na expectativa, sonham com a generosidade alheia, jovens trilhando caminhos viciosos e desequilibrados anseiam por orientação, gestantes em penúria desejam que mãos amigas lhes ajudem a confeccionar o enxoval dos futuros bebês, mendigos que moram na rua, almejam por um pedaço de pão e um cobertor, pensando no alívio de seus padecimentos.

Com qualquer idade, onde estivermos, como pudermos, transformemos parte das nossas horas de folga em algum benefício aos irmãos necessitados, pois levaremos conosco para as outras “moradas”, o reflexo valioso e bendito do bem que fazemos ao próximo.

No momento da viagem ao “país dos desencarnados”, o cético e endurecido terá a dúvida como companheira; o mau será seguido pelo medo e o homem de bem carregará consigo a esperança e a certeza da boa colheita nascida das plantações do amor.

Uma vez que a vida nunca se acaba, com qualquer idade é sempre tempo de estudar, aprender, trabalhar e servir. Morrer, definitivamente, não é o fim.

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