A tarefa da educação

O Espírito dos pais não exerce influência sobre o do filho, após o  nascimento?

–              Exerce, e muito, pois como já dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso recíproco. Pois bem: o Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação: isso é para eles uma tarefa; se nela falhar, será culpado”. (Questão 208, de O Livro dos Espíritos – Allan Kardec)

Existe, no meio social em que vivemos, uma grande confusão entre  instruir e educar.

Em realidade, a instrução é o processo de informar, enriquecer o intelecto, esclarecer alguém, enquanto que a educação é a modelagem do caráter. Como vemos, entre uma e outra identifica-se sensível diferença.

A instrução pode ser oferecida em diversos locais, oportunidades, situações, sendo a escola o ambiente ideal para que aprendamos sempre e cada vez mais, já a educação é tarefa praticamente exclusiva da família, de responsabilidade maior dos pais, daí a missão paterna; a de educar os filhos.

Ainda, nos informam os Espíritos Superiores que, se falirmos nessa importante tarefa seremos culpados, pois quando um Espírito recebe autorização dos Agentes da Espiritualidade para uma reencarnação na Terra, em nosso lar, é porque aqueles Emissários do Amor declinaram confiança em nossas ações, entendendo que reuníamos plenas condições de nortear os passos do reencarnante pelos caminhos do equilíbrio, decência e moralidade.

É claro que o filho, por ser uma individualidade, tem seu livre arbítrio, e, em algumas situações não aceita as orientações do ambiente doméstico, rebelando-se contra a disciplina e refutando a mão dos genitores, preferindo seguir a seu modo, pelas furnas sombrias dos enganos e ilusões. Nesse caso, depois de todas as tentativas, não querendo o rebento as normas paternas, caberá a ele, então, responder pelas deliberações que tomou, ficando isento de culpa  os pais, embora a sofrimento decorrente.

No entanto, assim não acontece com a maioria. Sempre que os filhos são assistidos pela preocupação séria e equilibrada dos genitores, tendem a caminhar corretamente dentro das experiências necessárias da vida. Portanto, reveste-se de suma importância e valor a missão paterna, pois o filho bem orientado de hoje será o adulto responsável dos dias futuros.

E, nesse sentido, lamentamos encontrar as famílias tão despreparadas para educar sua prole na religiosidade, por exemplo. Não falamos que a melhor religião seja esta ou aquela, dizemos da necessidade de ambientar nossos “pequenos” no clima de religiosidade, ou seja, incorporando princípios e valores morais que as religiões podem oferecer.

As escolas religiosas procuram nortear as criaturas dentro de um clima de honestidade, civismo, dignidade, respeito e além de tudo, ensinando que acima, mas muito acima da nossa pretensa inteligência, sabedoria e poder encontra-se Deus – inteligência máxima e causa primária de todas as coisas, nosso Pai de terna bondade.

Tendo informações dos atributos de Deus logo percebemos, mesmo quando crianças, que não somos absolutos, donos da verdade e dotados de todos os poderes. Aprendemos a respeitar limites, a não invadir o espaço alheio, entendendo que a nossa liberdade irá  até onde não ferimos a liberdade do próximo.

Mas para ensinar religiosidade aos filhos é preciso que tenhamos religiosidade, pois não podemos dar do que não temos. E, se não temos, será preciso, urgentemente, busca-la, antes que seja tarde e a carruagem do tempo nos tenha roubado a oportunidade de educá-los, mesmo que o mundo os tenha instruído. Na Terra existem muitos homens instruídos, mas sem educação alguma.

Então, enquanto existir chance, sigamos com os nossos “pequenos” rumo à religião que melhor se afinize conosco.  Demos religiosidade a eles e, sem dúvida, terão uma grande escora para sustentá-los nos momentos em que os valores da Terra não lhes proporcionar a felicidade e a paz que sonham, para que não caiam nos desfiladeiros do desespero e das desilusões, com possibilidade de  perderem as chances valiosas de uma encarnação inteira.

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