Dengue: Governo de SP decreta estado de emergência

O governo de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue. A decisão foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), grupo coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, e oficializada nesta manhã.

“A gente trabalhou com os dados do painel de monitoramento: 311 casos por 100 mil habitantes. A gente está em epidemia, segundo o que a OMS (Organização Mundial da Saúde) determina dos casos confirmados”, disse Regiane de Paula, coordenadora de Controle de Doenças do Estado de São Paulo.

Ainda de acordo com Regiane, a gestão estadual monitora os sorotipos da dengue circulando no estado de SP. Atualmente, a incidência é maior da dengue tipo 1 e 2. A taxa de positividade está em 40%.

A medida ocorre após São Paulo atingir 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes nos últimos dias.

O decreto permite que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com maior celeridade e sem necessidade de licitação, além de aporte do Ministério da Saúde.

“O que muda agora com decreto é que a gente pode ter um pouco mais de agilidade para adquirir insumos, contratar pessoas, aumentar a nossa rede de atenção. E os municípios podem usar o nosso decreto como justificativa para decretar estado de emergência também nos seus municípios. Isso vai agilizar, no caso dos municípios, a licitação para a compra de eventuais insumos.”

Ainda de acordo com o COE, o decreto ainda prevê uma liberação de recurso do governo federal, tanto para o estado quanto aos municípios. “É um recurso limitado, não temos nem a estimativa do valor global ainda. Mas qualquer recurso ajuda.”

Membro do COE, o diretor técnico do Instituto Butantan, Esper Georges Kallás, afirmou que o aquecimento global e as chuvas criaram as condições ideais para a proliferação do mosquito e, consequentemente, aumento de casos de dengue.

A gestão estadual, entretanto, diz não ser possível prever quando será o pico da doença.

“Os casos continuam crescendo, a gente ainda não sabe quando será o pico. Não dá para dar a previsão exata (…). Como existem estados que estão em uma situação bem pior que São Paulo, a gente tem que se preparar”, afirmou Kallás.

Mortes e casos

Nesta segunda-feira (4), o estado já registrava 31 mortes causadas pela dengue, segundo dados divulgados pelo painel de controle da doença da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

De acordo com a pasta, outros 122 óbitos ainda seguem em investigação. Os casos chegaram a 138.259, sendo 169 considerados grave.

As mortes confirmadas foram registradas em 21 municípios entre 1º de janeiro e 4 de março:

Bebedouro: 1 morte

Bariri: 2 mortes

Bauru: 1 morte

Pederneiras: 2 mortes

Bragança Paulista: 1 morte

Campinas: 1 morte

São Paulo: 2 mortes

Franca: 1 morte

Restinga: 1 morte

Marília: 3 mortes

Guarulhos: 3 mortes

Suzano: 1 morte

Batatais: 1 morte

Ribeirão Preto: 2 mortes

Serrana: 1 morte

Mauá: 1 morte

Parisi: 1 morte

Votuporanga: 2 mortes

Pindamonhangaba: 2 mortes

Taubaté: 2 mortes

Tremembé: 1 morte

Na capital, além das duas pessoas que morreram pela doença, outros 27 óbitos estão em investigação. O casos chegaram a 32.212.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a maioria das infecções está concentrada em 15 de bairros que estão em epidemia de dengue, distribuídos pelas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste:

São eles: Vila Jaguará, Parque São Domingos, Itaquera, Jaçanã, São Miguel Paulista, Vila Leopoldina, Anhanguera, Tremembé, Campo Limpo, Vila Maria, Guaianases, Lapa, Água Rasa, Lajeado e Vila Medeiros.

G1

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