O homem de bem

“O homem, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça”. ( Evangelho S/ Espiritismo – item 03, do Cap. XVII – Allan Kardec).

                Não há uma única criatura, em sã consciência e plena lucidez de raciocínio que não deseja ser feliz e viver em paz. O difícil é encontrar o ponto de equilíbrio que nos permite desfrutar de tais condições.

                Informam os Espíritos amigos, através da literatura mediúnica produzida por vários médiuns, que somente conseguiremos encontrar a felicidade quando  a plantarmos nos corações alheios. E, em verdade, são muitos os irmãos que caminham conosco, esperando pelos nossos atos de amor e solidariedade.

                Quase sempre sensibilizamos o nosso coração diante das grandes tragédias, das catástrofes que assolam multidões, mas ao nosso lado, bem pertinho de nós seguem homens e mulheres, jovens e crianças experimentando toda sorte de sofrimento e amarguras.

                Aqui é a mãe carente que não consegue, com o seu trabalho, o sustento para os filhinhos desnutridos, carecendo da piedade alheia. Muitas vezes humilhada e cabisbaixa estende sua mão em praça publica para ouvir os mais duros e desumanos comentários.

                Ali é o chefe de família desempregado, sem condições de honrar seus compromissos financeiros, visando a manutenção dos seus familiares. Com freqüência chora na solidão e se lança temeroso a buscar pelo favor alheio, nem sempre compreendido, mas muito constantemente criticado e mal interpretado.

                Mais além é o jovem que não vislumbra oportunidades na vida, lançando olhar perdido no seio da multidão, que as vezes indiferente segue seu curso sem notar o desespero daquele que se vê, por instantes, sozinho.

                Adiante é a criança sem lar ou aquela que não recebe a atenção dos pais mesmo vivendo em residências confortáveis. Assustada, tímida espera que alguém possa perceber o descaso em que vive e se proponha a apontar-lhe caminho seguro.

                São tantos os problemas, tantas as aflições, tantas as dores…

                O verdadeiro homem de bem é aquele que consegue, por espírito de solidariedade e altruísmo, descobrir, no contexto da multidão, onde estão os corações angustiados e tristes, desesperados e aturdidos, para prestar-lhes o devido socorro e atenção.

                O cristão autêntico se caracteriza pela sua presteza e dedicação, amor e fraternidade, sempre atuando em favor e na direção daqueles que sofrem.

                Basta, portanto, que olhemos ao nosso redor e de imediato descobriremos o tamanho do serviço a ser feitos e o como são poucos os que se põem a servir.

                Não importa o quando podemos fazer, mas sim o nosso real desejo de realizar. Tomemos como exemplo e ponto motivador  a expressão evangélica do “ fermento que leveda a massa toda. Saiamos, portanto,  a distribuir o fermento da boa vontade, do interesse firme em ajudar aos mais necessitados e muito se juntarão ao nosso propósito.

                Não fiquemos esperando que as oportunidades caiam do “céu”, antes nos esforcemos para fazer nascer as oportunidades de cooperação junto aos que choram e padecem pelas estradas do mundo.

                Existe fome de alimentos, mas talvez encontremos pela vida  fome ainda maior de compreensão entre as criaturas,  de esperança entre os desiludidos, de alegrias entre os tristes, de otimismo entre os derrotados, de fé entre os descrentes, de força entre os fracos, de cultura entre os ignorantes, de certeza entre os que duvidam.

                Doemos o nosso prato de sopa, o nosso pedaço de pão, o nosso agasalho ao necessitado do corpo, mas nunca deixemos de oferecer os nossos sentimentos, a nossa solidariedade e o nosso amor aos que são carentes do espírito.

                Portemo-nos, então, como verdadeiros homens de bem… e Deus cuidará de nós.

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